terça-feira, 8 de março de 2016

Dom Inocêncio, dinheiro sumiu na Terra dos Caprinos

O jornalista inocentino Marcelo Damasceno alerta para a falta de dinheiro na sede de Dom Inocêncio. 
Um problema que se arrasta por muito tempo, desde que o município foi criado e até hoje não foi solucionado prejudicando os inocentinos que não conseguem sacar nos caixas e comerciantes que estão vendo clientes indo embora para outros municípios. 

A sede não conta com agência bancária. Apenas uma lotérica, um posto avançado e um correspondente bancário, ambos do Bradesco, são responsáveis pelo atendimento aos inocentinos. 

Confira o relato:
"O que está acontecendo com Dom Inocêncio que o dinheiro não "corre" mais no município como antes?

Ultimamente essa pergunta está sendo feita em Dom Inocêncio por quase todos que moram por lá, principalmente pelos comerciantes que estão sentido no bolso a penúria e o declínio nas vendas e nos lucros do mês.

As feiras são fracas, o povo não comparece mais e os comerciantes cada vez mais reclamam da ausência e de um fluxo maior em venda que antes existiu e hoje não mais.


É enorme também o número de aposentados no município que desaprovam as cansativas idas e vindas na cidade para efetuar o saque do mês e quase todas sem sucesso, ficando só em viagens.


Chegam a formar grandes filas a quantidade de pessoas esperando milagrosamente a necessidade e a boa vontade de algum comerciante fazer um depósito para em seguida esse mesmo servir como saque.


"Marcelo aqui teve um dia que passou 23 pessoas no meu comércio perguntando se eu tinha algum dinheiro para depositar. 

Nos bancos não tinha nada e o povo estava lá desde de cedo esperando entrar algum pagamento ou depósito. 


O mesmo que deposita é o mesmo que retira, e esse mesmo que retira traz e paga a conta que aqui deve, funciona mais ou menos como uma troca". Relatou um comerciante.


Devido as dificuldades e escassez do dinheiro no município, alguns aposentados estão sacando em outras cidades vizinhas como Lagoa do Barro, Queimada Nova, Capitão Gervásio Oliveira etc... principalmente pela praticidade e estrutura financeira oferecida na cidade.

Outras vão bem mais longe e criticam principalmente o povo do lugar que pega o dinheiro que deveria circular ali mesmo na cidade, em uma arrecadação nas mãos dos próprios inocentinos.

Evitando esse processo inverso de prender esse mesmo dinheiro e dar um destino bem longe nas compras da feira do mês, em cidades como São Raimundo Nonato, Remanso e Petrolina, deixando o lucro bem distante e contribuindo ainda mais para a ausência da circulação do dinheiro no município.

Já os bancos alegam não ter estrutura e nem segurança o suficiente para guardar grandes valores em depósito. 

A exemplo da possível ameaça de um assalto no dia do pagamento no mês de janeiro deste ano que deixou a cidade abalada e o povo muito assustado. 

No dia do ocorrido a cidade contava apenas com um policial.
Alguma solução deve ser tomava com urgência.
Macelo Damasceno

A comerciante do ramo de lanchonete e vestuário, Jacileide Rodrigues relatou a gravidade da situação:

O Sebrae já veio na cidade e mostrou como se organizar e crescer profissionalmente. Só que a minoria dos comerciantes participou. Aqui o problema maior está na organização dos bancos. 

Tem dia que o comerciante vai depositar e eles dizem "hoje não podemos pegar depósitos". Outro dia não tem sistema. Outro dia não tem dinheiro para sacar. Assim fica difícil. Só quem sabe somos nós que estamos passando.

O círculo é vicioso. O povo não vem porque não tem um banco que tenha dinheiro. Os bancos estão dependendo do comércio que não anda porque não vem dinheiro do banco.

Os comerciantes dão o melhor de si. Devemos agradecer aos que ajudam porque senão, nem a feira o cliente levava mais. É graças ao comerciante que uma pessoa ainda recebe.

Algo tem que ser feito. Não vamos acreditar que é a crise do país não. Correspondentes e gerentes e propriedades privadas têm que reivindicar melhorias, seja pra quem for, porque ja tá todo mundo se esgotando.


Procuramos amenizar esse problema que é a falta de dinheiro nos caixas, levando dinheiro para depósito para alguém poder sacar de volta.

Se os bancos não pođem se manter como vai se manter o comércio 

se não vem dinheiro dos bancos? Nós podemos ter o melhor 

atendimento, quando vemos o rosto triste do cliente  chegando do 

banco e dizendo "nao tirei o meu dinheiro". 

"você não tem algum dinheiro pra eu depositar e depois sacar para 

meu filho poder comer pelo menos uma coxinha?" 

Lamentavel. sem mais palavras, porque isso dói muito na gente. É 

de cortar o coração.



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sábado, 5 de março de 2016

Lagoa do Alegre é destaque no Globo Repórter

 Veja aqui a reportagem completa 

O pequeno povoado baiano da Lagoa do Alegre, que pertence ao município de Casa Nova, foi destaque nesta sexta-feira (04/03) no Globo Repórter. Só lamentamos que o destaque foi negativo. A total carência da comunidade foi o principal motivo da reportagem.

Com cerca de 500 habitantes localizado a 70km de Dom Inocêncio e a mesma distância de Casa Nova, o povoado não conta com serviços essenciais. A localidade não tem energia elétrica, ainda usa motor para gerar energia durante a noite. Não possui abastecimento de água e não tem sinal de internet. Nem telefonia fixa existe no local.

A internet que chega de Dom Inocêncio ainda é cara e só quem dispõe de cerca de R$ 500,00 pode pagar pelo sinal de Wi-Fi.



O jornalista José Almeida Rocha relata o descaso do governo baiano  com os municípios que estão na margem esquerda do Rio São Francisco na divisa com o Piauí.


Essa é a verdadeira Bahia!



Território que abrange todo seu recôncavo e também se estende pelo sertão, até alcançar a margem direita do Rio São Francisco, onde existe municípios frondosos, bem cuidados com a participação do governo estadual.



Mas, nós aqui da margem esquerda do mesmo rio, não passamos de agregados do Velho Chico. 

Somos aproximadamente mais de um milhão de habitantes, residentes em trinta e cinco municípios, porém, desprovidos de muitos requisitos básicos para que se possa exercer com dignidade a autentica cidadania. 

Isto é, aqui no território acima mencionado, é onde existem municípios a exemplo de Campo Alegre de Lourdes que, com cerca de 30 mil habitantes não dispõe:



- de um serviço de abastecimento de água potável ou encanada de qualquer espécie;


- de esgotamento sanitário, evitando a proliferação de doenças e epidemias diversas;

- de estradas asfaltadas, tirando-nos do isolamento e atraso generalizado por falta de integração com outros centros urbanos;

- de comarca judicial, onde haja cartórios para se registrar uma criança, um casamento, um imóvel ou simplesmente se reconhecer uma assinatura.

Infelizmente, nesta situação não temos como nos considerarmos baianos e sim filhos de terras de ninguém.

Portanto, que a desmembração desta imensa área territorial venha ocorrer o mais breve possível. E que venha uma emancipação autêntica, sem influência de outras culturas, já que somos sabidamente autos suficientes e sustentáveis, necessitando apenas de liberdade.

Desatrelando-nos das correntes do atraso das quais a Bahia nos submeteu. Extraindo daqui apenas as benevolências eleitorais e econômicas e nos deixando a mercê da subserviência e submissão.

Por - José Almeida Rocha do Jornal Tribuna da Região